sexta-feira, 19 de junho de 2009

Continuação DEBAIXO DE CINZAS

1. Debaixo de cinzas há um arrependido declarado.

As cinzas são humilhação. As cinzas são o fim. “Lembra-te de que és pó e ao pó hás de voltar.” (Gn 3,19)
Estar debaixo de cinzas é morrer para o pecado. E quando se morre não dá para voltar. Isso quer dizer que temos que romper definitivamente com o pecado. Afinal ele, o pecado, nos “matou”.
Arrependimento é quando convictos do nosso pecado, tomamos uma postura de não voltar ao vomito.
Porém o que temos visto hoje é que com facilidade voltamos ao pecado. Não estou falando simplesmente dos que se desviam do evangelho, mas daqueles que mesmo ativos em suas funções na igreja voltam todos os dias, ou constantemente, as suas práticas pecaminosas.
Às vezes pensamos que pecado é adultério, roubo ou homicídio. Porém é muito mais do que isso. É matar alguém com nossas palavras. E fazemos isso todas as vezes que o que falamos de alguém não traz vida para ela.
Pecado é também omissão. E nisso, infelizmente, somos campeões. Omitimos-nos de nossas obrigações para com o próximo e para com Deus. Não fazemos o bem e nos conformamos com as injustiças. Pior, muitas vezes, os autores das injustiças somos nós.
Quando não perdoamos, somos pecadores.
Quando não fazemos o bem, somos pecadores.
Quando não nos alegramos com os que se alegram, somos pecadores.
Quando não choramos com os que choram, somos pecadores.
Quando não amamos, somos pecadores.
Há os pecados que são considerados graves porque aparecem mais. Porém, pecado é pecado. Não importa se visíveis ou se ocultos. Não podemos voltar a ele como se fosse nosso café da manhã, que o tomamos quase que inconscientemente sem pensar em seus benefícios ou malefícios durante nosso dia.

Um arrependido declarado sabe que não pode voltar ao pecado. Ele vai lutar para ser diferente. Vai mudar as suas vestes. Vestes brancas que é símbolo de mudança de conduta, de caráter.
Um arrependido declarado não quer brincar com o pecado. Como José, ele prefere enfrentar a justiça humana provinda da declaração injusta da mulher de Potifar do que pecar diante do Deus vivo. (Gênesis 39,1-23)

Arrependimento não pode ser mais uma brincadeira. Deus não quer nossas maravilhosas interpretações e sim nosso arrependimento verdadeiro.

2. Debaixo de cinzas há um adorador apaixonado.

Adorador. Palavra em moda. Tanto se fala hoje em ser adorador que me pergunto cada dia mais sobre o que significa realmente ser adorador.
Pensando sobre isso percebo que adoração não é somente algo que faço e sim como faço.
Deus não se impressiona com minhas palavras e canções. O que poderia dizer para impressioná-lo? O salmista diz no Salmos 139,4. “Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda.”
Definitivamente adoração não é o que eu digo ou faço, mas como digo e faço.
Minha vida tem que fazer sentido e ter uma ligação verdadeira com as palavras e atitudes que apresento diante do Senhor.
Um adorador apaixonado quer viver a santidade de um Deus Santo.

Como pode alguém chegar a oferecer a Deus uma adoração manchada pelo sue pecado? Deus recebe qualquer adoração? Ele recebe qualquer sacrifício?
Veja o que diz o profeta Malaquias.

Malaquias 1,6-8. “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? – diz o Senhor dos Exércitos.”

Que tipo de adoração temos deixado no altar do Senhor? Ela é pura, imaculada, sem manchas? Ou cega e imunda?

Somente, convicto do pecado e assumindo um arrependimento verdadeiro é que posso me tornar um adorador apaixonado.

3. Debaixo de cinzas há um maltrapilho de Abba.
O maior milagre não é ser transformados em pessoas mais belas e sim mais saldáveis espiritualmente.
Um banho tira a sujeira do corpo. Uma loja ou o bazar da ação social da igreja muda nossa aparência. Aulas mudam nosso jeito de falar.
Mas somente uma verdadeira experiência no Sangue de Jesus pode mudar nossa alma, o que verdadeiramente somos.
Não seremos perfeitos. Mas se estivermos debaixo de cinzas seremos verdadeiros.
Sofreremos os maus tratos dos nossos pecados, como o filho pródigo. Mas ao voltarmos para o Pai, voltaremos ainda maltrapilhos, mas acolhidos pelo IMENSO AMOR DO ABBA.
Que Deus nos abençoe.

Alguns textos sugeridos.

Mateus 11:21
— Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam vestido roupa feita de pano grosseiro e teriam jogado cinzas na cabeça!

Lucas 10:13
Jesus continuou: — Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam se assentado no chão, vestidos com roupa feita de pano grosseiro, e teriam jogado cinzas na cabeça.

Hebreus 9:13
O sangue de bodes e de touros e as cinzas da bezerra queimada são espalhados sobre as pessoas impuras, e elas ficam purificadas por fora.